Cybercangaço: liberdade hackeada
Em pleno século XXI o Estado do Ceará vai à contramão da evolução. A data Magna celebrada neste mês de março mostra que, lá atrás, marcamos a história de maneira positiva, mas hoje, infelizmente, estamos perdendo nossa liberdade para um estado paralelo que chegou e aqui fez morada. A crise no setor de internet, os assassinatos a luz do dia, moradores expulsos de suas casas e tantas outras barbáries cometidas livremente pelas facções demonstra a falência do governo. O problema que hoje já é tratado pela mídia nacional como uma crise de segurança sem precedentes expõe as raízes que o crime organizado tem fincado no Ceará e a sua evolução diante dos nossos olhos.
O problema é tão grave que vimos surgir uma atualização do cangaço que tocou o terror no semiárido nordestino. De novo está nos principais portais do Brasil: o Ceará agora conta com o “cybercangaço”. Sucessivos – e cada vez mais mais cruéis – ataques forçaram empresas de internet fechar as portas, centenas de funcionários perderam ou estão prestes a perder seus empregos, a economia cearense sofrendo um duro golpe e o povo , acuado, prestes a perder o direito de se comunicar. Esse é o “cybercangaço”, um legado do governo Elmano.
O que mais choca a sociedade é a falta de empatia do poder público e a falta de pulso para lidar com os criminosos. De crise em crise, o governador petista aparece com uma falsa promessa e uma meta – nunca alcançada. Mais recentemente, provavelmente orientado pelo seu novo marketeiro, fez um discurso mais duro, mas sabe o que aconteceu? Retaliação! Mais crimes, mais empresas fechadas e o problema segue. É isso que demonstra a ineficiência do Estado: mesmo quando o Estado “diz agir”, a criminalidade não teme e se fortalece. Estamos falando de homicídios, comunidades inteiras sem acesso à internet, economia amplamente afetada, funcionários agredidos e humilhados, proprietários ameaçados caso não paguem o pedágio do crime e a população completamente refém do medo. Para o Governo, está 3x mais seguro. Agora pergunte se o cidadão tem o mesmo sentimento?
A pergunta que não quer calar é: o que mais falta acontecer para que o Estado retome o controle? Todas as ações promovidas pelo Governo, regadas a muita mídia, não resultaram em nada. Me parece que a ordem é ser midiático e pouco produtivo, e isso até tem fundamento, uma vez que as eleições se aproximam, mas será que o povo tem, realmente, memória curta? Será que as tragédias em série que vêm acontecendo no Ceará ficarão em panos quentes? Uma coisa é certa, a imagem do governador Elmano está pior a cada dia e a sua credibilidade está pulverizada.